Sobre a Obra
A Bíblia é o livro mais vendido do mundo e o menos lido também. As verdades que a grande maioria pensa que sabe não estão escritas lá. Jamais estiveram. Tudo que sabemos são ensinamentos, aquilo que as religiões dizem que está contido nas escrituras. Só que entre o que é aceito pelo Dogmatismo Religioso, aquilo que é estabelecido pela Teologia e aquilo que está escrito vai uma distância muito grande, para não dizer enorme, principalmente quando se refere à figura de Deus. Quando falamos de Antigo Testamento, o Deus ali descrito está bem longe da imagem de bondade, justiça, onipotência, onisciência e, até, de imortalidade. O texto do Antigo Testamento fala de um Deus irascível, ciumento, possessivo, violento, vingativo, orgulhoso e sanguinário. Difícil de acreditar, não?
O livro Deus, esse Desconhecido vem preencher uma lacuna – a de apresentar Deus como ele realmente está descrito no Antigo Testamento, afastando-se completamente de séculos de distorções e manipulações da Teologia. A leitura coerente do texto, sem interpretações equivocadas, mostra uma realidade bem diferente daquela que nos tem sido imposta até os dias de hoje. Capítulo após capítulo, procura dar resposta às seguintes indagações –
O texto do Antigo Testamento é realmente aquele descrito pela Teologia? Quem é Deus? Ele é ou foi realmente um deus? Ele era Onisciente, Onipotente e Imortal? Ele era bom, justo e amoroso? Ele estava sozinho ou existiam outros deuses? Nós fomos criados por Deus? O Antigo Testamento, como um todo, é um livro sagrado? Se Deus não é um deus, o que ele é?

TRECHOS
Capítulo 6
“Rememorando, as leis de Deus são inequívocas, universais, imutáveis e intocáveis, sujeitando seus transgressores a castigos terrenos, tais como banimento, apedrejamento, fogueira, crucificação, ou a castigos divinos eternos – no fogo e no enxofre infernais! Bem, quase isso… e não para todos! Quando o assunto é castigo, o Deus do Antigo Testamento parece ser igual a quase todos nós, na medida em que também tem os seus preconceitos, tendências, proteções, caprichos… e cupinchas! As leis do Todo Poderoso não valem para todos. Quando se trata de alguém um pouco mais íntimo, a conversa muda bastante de figura!”
“O que nos mostram todas essas histórias? Que os autores bíblicos, reis, patriarcas, em sua grande maioria, eram os principais transgressores da palavra inequívoca e inerrável de Deus. Casamento com estrangeiras, cobiça, assassinato, paganismo, heresia, idolatria, luxúria, usura. Para os chegados do Senhor valia tudo! Nada era condenado; tudo era permitido, o que não difere muito do nosso mundo atual…”
Capítulo 12
“Uma das maiores falácias do Antigo Testamento é o chamado “amor, compreensão, bondade e misericórdia infinitos de Deus”. Várias passagens mostram que, se tem algo que Ele realmente não era, amoroso seria a primeira delas, muito pelo contrário. No Antigo Testamento somos apresentados a um ser rancoroso, ciumento, violento, possessivo, truculento e altamente vingativo.
Por exemplo, Gênesis, capítulo 38:7-10… Existe pouca ou quase nenhuma explicação para o que seria “conduta perversa”. No entanto, a leitura que se segue e o motivo da morte do segundo irmão conduzem a uma interpretação do que isso possa significar (não sou muito fã da palavra interpretação; ela encobre todo tipo de pecado). Se Onã, o pai do termo “onanismo”, “derramava o sêmen no chão”, mais ou menos dá para se intuir o que seja a tal “conduta perversa”, ainda mais depois do que o Senhor fez com Sodoma (se é que me entendem…). E notem bem, Deus não mandou matar, não ordenou que eles fossem mortos. É textual: ‘por isso [Deus] o matou’.”
Capítulo 13
“Antes de discutir o que está escrito nesse trecho, vamos falar sobre o problema da maldade em si. Muitos ateus argumentam que se Deus fosse Todo-Poderoso, Piedoso, Amoroso e Sabe-Tudo, o mal não existiria no mundo como os humanos o conhecem hoje. Se o mal existe, então Deus não deve existir e, caso exista, não deve ser tão poderoso assim. A resposta religiosa reside na crença de que Deus poderia ter uma boa razão (embora desconhecida) para permitir que o mal e o sofrimento existam e de que os cristãos podem ter certeza de que, mesmo em meio ao mal, Deus está fazendo as coisas para o nosso bem.
Não consigo ver mérito em nenhuma nas duas argumentações, porém. Aliás, não sei distinguir qual das duas é a pior. O Antigo Testamento deixa patente que a maldade existe e frequentemente é perpetrada pelo próprio Yahweh. Em várias ocasiões, Deus mostra-se até muito pior que os próprios seres humanos.”